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A Mineração como Pilar Estratégico do Brasil: Entre o Crescimento Sustentável e os Desafios Geopolíticos

  • Foto do escritor: Luciano Lima
    Luciano Lima
  • 21 de ago.
  • 4 min de leitura
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A mineração é, historicamente, um dos pilares da economia brasileira. Em 2024, o setor mineral alcançou um faturamento de R$ 270,8 bilhões, representando um crescimento de 9,1% em relação ao ano anterior


Mais do que números, esse desempenho reflete a relevância da mineração na balança comercial, na geração de empregos e na arrecadação de tributos que sustentam estados e municípios.


Contribuição Econômica e Social


A Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) arrecadou R$ 7,45 bilhões em 2024, distribuídos entre mais de 2.700 municípios, o que representa cerca de 50% das cidades brasileiras


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Além disso, o setor gerou mais de 210 mil empregos diretos, com impacto positivo em cadeias produtivas como siderurgia, construção civil, energia e tecnologia.


O saldo comercial mineral foi de US$ 31,95 bilhões, equivalente a 32% do superávit comercial brasileiro


O minério de ferro lidera as exportações, com US$ 29,8 bilhões, seguido por ouro, cobre e bauxita. A arrecadação de impostos e tributos do setor mineral, incluindo CFEM, somou R$ 85,6 bilhões em 2023.


Produção Mineral: Panorama Atual


A produção mineral brasileira é dominada pelo minério de ferro, que representa 59,3% do valor total produzido. Em 2024, foram extraídos:


  • Minério de ferro: R$ 160,72 bilhões

  • Ouro: R$ 23,85 bilhões

  • Cobre: R$ 20,28 bilhões

  • Granito: R$ 7,33 bilhões

  • Calcário: R$ 7,23 bilhões

  • Bauxita: R$ 5,71 bilhões

  • Fosfato, areia, basalto e gnaisse também figuram entre os dez principais minerais


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Esses números evidenciam a diversidade da matriz mineral brasileira, embora ainda haja forte concentração em ferro e ouro. A transição energética global, no entanto, abre espaço para minerais estratégicos como níquel, lítio, grafita e terras raras, nos quais o Brasil possui reservas significativas.


Geopolítica e Investimentos Estrangeiros


A crescente presença da China na mineração brasileira é um fenômeno que merece atenção. Em 2023, a montadora BYD adquiriu direitos de exploração de lítio em Minas Gerais. Em 2024, a estatal China Nonferrous Trade comprou a operação da Mina de Pitinga, rica em estanho e terras raras, por R$ 2 bilhões. A chinesa MMG também adquiriu ativos de níquel da Anglo American por quase R$ 3 bilhões


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Esses movimentos indicam que a China não quer apenas comprar minério, mas controlar reservas estratégicas. O Brasil, por sua vez, abriga a segunda maior reserva de terras raras do mundo, atrás apenas da China


A verticalização da cadeia produtiva e a regulamentação da participação estrangeira são temas urgentes para garantir que o valor agregado permaneça no país.


Impacto das Tarifas Americanas


Em agosto de 2025, os Estados Unidos impuseram um tarifaço de 50% sobre diversos produtos brasileiros, afetando diretamente o setor mineral e a indústria de transformação


A medida, parte da agenda protecionista “Make America Great Again”, reorganiza o comércio global e força o Brasil a buscar novos mercados.


O Plano Brasil Soberano, lançado pelo governo federal, visa mitigar os impactos com linhas de crédito, estímulo à diversificação de destinos e acordos comerciais com países como Canadá, Índia, Emirados Árabes e União Europeia. A mineração, como setor exportador intensivo, está no centro dessa reconfiguração.


Sustentabilidade, ESG e Capacitação


A sustentabilidade das operações minerais depende da adoção de práticas de ESG (Environmental, Social and Governance) e da escolha de fornecedores de equipamentos que garantam eficiência, segurança e conformidade ambiental.


A capacitação da mão de obra é outro fator crítico: minas modernas exigem profissionais qualificados em geologia, engenharia, automação e gestão ambiental.


Empresas que investem em tecnologia, treinamento e parcerias com fornecedores comprometidos com inovação e sustentabilidade têm maior capacidade de atingir metas de produção com responsabilidade socioambiental.


Equipamentos como Fator Estratégico na Mineração Sustentável


A escolha dos equipamentos utilizados nas operações minerais é um dos fatores mais críticos para garantir a eficiência, segurança e sustentabilidade dos projetos. Em um cenário de crescente demanda por produtividade e conformidade ambiental, empresas que optam por fornecedores com tecnologia de ponta, suporte técnico especializado e compromisso com práticas ESG têm maior capacidade de atingir suas metas operacionais com menor impacto socioambiental.


Equipamentos modernos, como caminhões autônomos, perfuratrizes inteligentes e sistemas de monitoramento remoto, não apenas aumentam a produtividade, mas também reduzem o consumo de combustível, emissões e riscos operacionais. Além disso, a integração entre engenharia de manutenção, gestão de ativos e capacitação da equipe operacional é essencial para garantir a longevidade dos ativos e a continuidade dos negócios.

A parceria com fabricantes que investem em inovação, digitalização e treinamento técnico contribui diretamente para a competitividade das mineradoras brasileiras, especialmente em um mercado global cada vez mais exigente e regulado.


Conclusão


A mineração brasileira está diante de uma encruzilhada estratégica. De um lado, o potencial geológico e a demanda global por minerais críticos oferecem oportunidades únicas. De outro, os desafios regulatórios, geopolíticos e ambientais exigem planejamento de longo prazo, políticas públicas eficazes e protagonismo empresarial.


A escolha entre ser apenas fornecedor de matéria-prima ou protagonista na cadeia global de valor mineral está nas mãos do Brasil. E essa decisão começa com a valorização da mineração como vetor de desenvolvimento sustentável, soberania econômica e inovação tecnológica.

 
 
 

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